A AMG, divisão de performance da Mercedes-Benz, acaba de apresentar duas novas motorizações híbridas plug-in (PHEV), desenvolvidas internamente. A mais potente e aliciante das quais, a prometer uma potência de 815 cv, além de tracção integral e a capacidade de percorrer pequenas distâncias, sem emissões.
Parte daquilo que a AMG designa de estratégia E-Performance e que tem por base, não somente o conhecido bloco V8 4.0 litros twin-turbo, como também uma nova versão, de montagem longitudinal, do quatro cilindros 2.0 litros turbo, estes dois novos sistemas de propulsão híbrida plug-in, ou PHEV, ostentam a designação interna de M177 e M139. Além de surgirem, ambos, conjugados com um conversor de binário AMG de nove velocidades e caixa MCT-Speedshift.
A par destes, os dois novos PHEV recebem, ainda, um motor elétrico, integrado no eixo traseiro, como forma de garantir maior potência e eficiência, com menores emissões de C02.
Esta unidade assíncrona, a qual garante um acréscimo permanente de potência na ordem dos 95 cv, embora podendo chegar, por breves momentos e quando às 13.500 rpm, aos 204 cv e 300 Nm de binário (apenas nos modos de condução mais desportivos), assegura, ainda, uma primazia na tracção das rodas traseiras. Ainda que não deixando de permitir, sempre que necessário, uma transferência de binário para as rodas dianteiras, através de um eixo cardan.
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Antevisto no Mercedes-AMG GT Concept de 2017
A nova arquitetura de transmissão, originalmente anunciada no Mercedes-AMG GT Concept, revelado no Salão do Automóvel de Genebra em 2017, diferencia-se, assim, daquela que é a configuração-padrão utilizada nos PHEV da Mercedes-Benz. Os quais integram um motor elétrico na frente da caixa de velocidades.
Esta nova solução, defende a AMG, contribui, igualmente, para uma distribuição mais favorável do peso frente-atrás, aspecto considerado crucial nos futuros modelos E-Performance, nomeadamente, em termos de condução. Isto, apesar de um aumento médio no peso, de cerca de 200 kg.
Ao mesmo tempo, o sistema também permite um binário combinado mais alto, uma vez que o motor elétrico funciona de forma independente da caixa automática de nove velocidades, utilizada pelo motor de combustão. Já que utiliza a sua própria unidade de apenas duas relações.
Quanto à bateria escolhida para fazer funcionar o motor elétrico, trata-se de um pack de iões de lítio de 6,1 kWh e 400V, a qual recorre a células cilíndricas, para uma acomodação mais compacta. E que, desenvolvida em conjunto com a Performance Powertrains, a empresa responsável pelo desenvolvimento da tecnologia dos monolugares de F1 da Mercedes-Benz, deverá pesar cerca de 89 kg.
A juntar a tudo isto, a possibilidade do condutor poder utilizar este novo sistema de propulsão PHEV, num de cinco modos de condução: Electric, Comfort, Sport, Sport+, Race e Individual.
As aplicações futuras
Revelando que, estas novas soluções de propulsão de base gasolina/eletricidade, deverão ter aplicação em vários modelos e ao longo de "vários estágios de expansão", a AMG acrescentou, ainda, que o PHEV de base V8, que poderá estrear-se no futuro GT73e 4Matic de quatro portas, deverá anunciar uma potência combinada de 815 cv e mais de 1000 Nm de binário. Valores que, acreditam os seus responsáveis, serão suficientes para fazer frente ao Porsche Panamera S E-Hybrid, graças, também, a uma capacidade de aceleração dos 0 aos 100 km/h em 3,0 segundos.
Além deste GT73e, o mesmo PHEV poderá vir a ter aplicação num possível S73e 4Matic, ou ainda num SL73e 4Matic.
Quanto à variante quatro cilindros PHEV, deverá ser estreada no sucessor do C63 4Matic, o qual deverá assumir a designação de C63e 4Matic e cuja apresentação deverá ter lugar no início de 2022. Com a particularidade do motor térmico anunciar, graças também à adopção de um novo turbocompressor elétrico, uma potência de 449 cv e 569 Nm de binário.
Já conjugado com o mesmo sistema elétrico utilizado com o V8, esta solução deverá conseguir anunciar uma potência combinada de 510 cv, a par de um binário máximo de 700 Nm.
Ainda sem autonomia elétrica anunciada
Nesta apresentação, a AMG só não divulgou aqueles que serão os valores oficiais, em termos de autonomia elétrica, destes dois novos sistemas PHEV. Embora a marca assuma, desde já, que a abordagem, relativamente aos mesmos, centra-se mais na performance, do que na capacidade de fazer muitos quilómetros, sem ligar o motor de combustão.
Ainda assim, é de esperar que os modelos que recorram a estas novas soluções, possam fazer distâncias curtas em modo exclusivamente elétrico, até porque as arquitecturas sistemas não deixam de contar com sistemas de recuperação da energia cinética produzida na travagem. Os quais, com três níveis de atuação, seleccionáveis através de botão no lado direito do volante, têm no modo 3, o mais eficaz, a forma de recuperar até 90 kW de energia.
Finalmente, esta nova família de modelos E-Performance servirá, ainda, de percursor, para aquela que será a nova família de propostas AMG 100% elétricas, baseadas nos modelos EQ da Mercedes-Benz. E que, descritos como os equivalentes elétricos aos actuais AMG 43 e 53, não deixarão de adoptar as mesmas soluções de design vocacionadas para o desempenho, soluções internas concebidas sob medida, além de um sistema de tracção às quatro rodas, com dois motores, vectorização de binário e uma capacidade de aceleração dos 0 aos 100 km/h menos de 4,0 segundos.
Embora e no que concerne, especificamente, a este último predicado, dependendo sempre do modelo...