Pela primeira vez na história, o Big-Three de Detroit poderá ficar atrás do resto dos restantes fabricantes (os estrangeiros mais a Tesla) na quantidade de automóveis produzidos em solo americano. Enquanto os fabricantes europeus e asiáticos (tanto os nipónicos como os coreanos) parecem estar a crescer no período pós-crise, o famoso Big Three da motortown americana, Detroit, composto por GM, Chrysler (agora FCA) e Ford parece estar a perder o balanço. Isso mesmo fica demonstrado pelo facto de que, pela primeira vez na história, este trio deixará de ter a liderança na quantidade de veículos fabricados em solo americano. Esta situação, que certamente não deixará o Presidente Donald Trump nada contente, é reflexo da progressiva penetração dos europeus neste país, com a instalação de fábricas de marcas como a Mercedes e a BMW, e também da própria deslocalização das marcas locais para sul da fronteira, com centros de produção no México. Enquanto o Big-Three vai chegar ao fim do ano com 8,6 milhões de automóveis produzidos, os restantes fabricantes (europeus, asiáticos e a Tesla) vão conseguir um total de 8,7 milhões de unidades. Mas esta diferença deve mesmo acentuar-se nos próximos anos, com expetativa de que em 2024 os "estrangeiros" e a Tesla alcancem um total de 9,8 milhões, enquanto o trio GM-FCA-Ford vai decrescer para 8,1 milhões de viaturas. Impactantes vão ser também projetos anunciados como o da Tesla, para fabricar 500.000 automóveis/ano na sua megafábrica, e da Mercedes, que vai investir 1000 milhões de dólares na produção de viaturas elétricas em solo americano. Existe, no entanto, um factor que pode desequilibrar a balança a favor das companhias locais, pois caso Trump consiga renegociar o tratado de comércio existente e colocar restrições aos automóveis importados do México e outras paragens é possível que a GM, Ford e FCA possam trazer de volta modelos para as linhas de produção de Detroit e outros locais.