O coupé da Alpine foi recriado como um futuro desportivo elétrico e estreia uma capota de abrir. Além disso sugere algumas das soluções técnicas que poderão ser utilizadas para minimizar o peso e manter a agilidade.
Revelado durante as comemorações do 60º aniversário do Alpine A110 não é só o primeiro veículo elétrico da marca francesa de automóveis desportivos, mas também o primeiro a dispor de uma capota removível que pouco impacto apresenta na rigidez do carro e na silhueta.
O novo protótipo A110 E-ternité não é apontado explicitamente como uma antevisão do A110 EV de 2025, mas representa o empenhamento da marca em respeitar uma fórmula que tanto agrada ao fãs deste coupé: dimensões compactas, baixo peso, competência dinâmica e elevada rapidez.
Como "laboratório rolante", o E-ternité está a ser usado pelos engenheiros da Alpine para explorar formas de eletrificação do seu automóvel desportivo. A marca francesa refere-se ao projeto como um "restomod", servindo de "ponte entre um passado prestigiante e um futuro ainda mais ambicioso".
Baseado no mesmo chassis do modelo atualmente em produção, o A110 E-ternité utiliza os módulos de bateria do Renault Mégane E-Tech, cuja plataforma CMF-EV estará presente no SUV elétrico da Alpine.
Caixas de bateria específicas
Todavia, para conseguir uma distribuição ótima do peso e para acomodar os doze módulos, foi necessário conceber caixas de bateria específicas para o A110 e adaptar a arquitetura interna. Quatro módulos foram assim colocados à frente e oito atrás. Para responder a este desafio, os engenheiros posicionaram estes módulos no espaço de uma forma "atípica".
Apesar da adição destes doze módulos, o peso total do Alpine A110 E-ternité permanece particularmente baixo, com um aumento de apenas 258 kg, graças a uma massa contida para o conjunto de baterias (392 kg). Por sua vez, a autonomia anunciada é de 420 quilómetros.
Em termos de prestações, este protótipo aproxima-se bastante da versão de combustão interna na qual se baseia. O motor elétrico montado atrás desenvolve uma potência de 178 kW e um binário de 300 Nm, permitindo acelerar dos 0 aos 100 km/h em 4,5 segundos e alcançar uma velocidade máxima de 250 km/h.
Transmissão à medida
Como não havia nenhuma caixa de velocidades disponível internamente que permitisse satisfazer as necessidades do A110 E-ternité, os engenheiros da Alpine tiveram de encontrar uma transmissão suave e eficiente, sem quebra de binário, mas também leve e compacta.
Assim, com o fornecedor de caixa de velocidades da Alpine, foi estudada internamente uma transmissão de dupla embraiagem (DCT) com controlo eletrónico, como no motor de combustão A110, mas com embraiagens dimensionadas para lidar com binários elevados. A solução da dupla embraiagem permite evitar uma quebra no binário enquanto se mantém compacta e leve.
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O A110 E-ternité também se carateriza por dispor de um tejadilho aberto, respondendo aos pedidos daqueles que queriam ver uma versão descapotável do A110. A Alpine decidiu, assim, enfrentar mais esse desafio. A dificuldade era, sobretudo, encontrar a solução ideal para integrar rapidamente um telhado amovível na estrutura do A110.
Os engenheiros da Alpine imaginaram assim uma solução simples e leve, sem afetar a rigidez na produção A110, com dois telhados "injetados" com carbono reciclado. Um componente concebido e construído inteiramente em casa.