Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi reduz custos através da partilha de plataformas e tecnologias

Metade do modelos da Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi vão ser desenvolvidos ao abrigo do sistema "follow-leader", que permitirá partilhar plataformas

Metade dos novos modelos da Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi vão ser desenvolvidos ao abrigo do sistema "follow-leader", que permitirá partilhar plataformas e reduzir custos até 40%

A Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi revelou, em conferência de imprensa, o novo plano estratégico que tem o objetivo de melhorar a cooperação entre as marcas, reduzir custos de desenvolvimento de cada modelo até 40% e aumentar a rendibilidade dos três parceiros.

O novo plano estratégico define uma distribuição mais clara dos papeis de cada membro da Aliança para permitir a obtenção de sinergias em áreas como as compras, o reforço das posições de liderança e a implantação geográfica, e, acima de tudo, a rendibilidade dos parceiros.

LEIA TAMBÉM
Tocam os alarmes em Dieppe. Alpine em vias de voltar a desaparecer?

Neste esquema de distribuição geográfica, a Nissan será a marca referência na China, América do Norte e Japão. Esse papel será assumido pela Renault na Europa, Rússia, América do Sul e África do Norte. A Mitsubishi Motors será líder no Sudoeste Asiático (ASEAN) e Oceania.

"Modelo 'mãe' e 'irmãos'"

Jean-Dominique Senard, presidente da Renault e do conselho operacional da Aliança
Jean-Dominique Senard, presidente da Renault e do conselho operacional da Aliança

A adoção de um sistema designado de "leader-follower" prevê o desenvolvimento de novos modelos por um parceiro e sua a adaptação para os restantes membros. As estimativas da Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi apontam para uma poupança de 40% nos investimentos, por modelo, para os produtos que passarão a ser desenvolvidos segundo este novo sistema.

Assim, para cada segmento é determinado um modelo "mãe" e os modelos "irmãos", desenvolvidos pela marca líder, com apoio das equipas das marcas seguidoras. Este sistema já está a ser aplicado com sucesso na área dos comerciais ligeiros,. Agora vai ser alargado aos restantes segmentos, reforçando a estratégia de padronização no seio da Aliança.

Em termos práticos, a Aliança avançou que, após 2025, a renovação dos SUV do segmento C será liderada pela Nissan, enquanto que a futura remodelação dos SUV do segmento B (Captur 3 e Juke 3) na Europa será conduzida pela Renault, assim como dos utilitários.

Cerca de metade dos novos modelos da Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi passarão a ser desenvolvidos e fabricados ao abrigo deste esquema "leader-follower" até 2025.

Partilha de plataformas e tecnologias

No que se refere à partilha de motorizações e tecnologias, a estratégia da Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi será similar. Cada membro continuará a partilhar os investimentos efetuados em plataformas, unidades motrizes e tecnologias.

Segundo a Aliança, estas sinergias já revelaram anteriormente a sua eficiência e materializaram-se no lançamento da plataforma CMF-B para o Renault Clio e o Nissan Juke ou a plataforma Kei-Car para o Nissan Dayz e Mitsubishi eK Wagon. As plataformas que se seguem são a CMF-C/D e CMF-EV.

Renault Clio

O esquema "leader-follower" também se vai estender às tecnologias chave. A Nissan será responsável pela condução autónoma. A Renault vai-se encarregar das tecnologias para viaturas conectadas.

Relativamente à eletrificação, a Renault vai-se ocupar das motorizações para os veículos pequenos, incluindo um híbrido citadino e um novo SUV compacto elétrico. A Nissan assumirá o desenvolvimento de motores elétricos para a nova plataforma CMF-EV. A Mitsubishi, por sua vez, irá liderar os sistemas híbridos plug-in para os segmentos C e D.