A Alemanha e outros países da União Europeia querem uma norma Euro 7 com um limite de emissões de gases mais realista.
Tudo parecia encaminhado para que os veículos de combustão novos deixassem de ser comercializados a partir de 2035 e para a introdução de uma norma Euro 7 cujos limites de emissões eram tão exigentes para as viaturas térmicas que já era conhecida pela "Euro Morte!"
Todavia, a abstenção da Alemanha na votação da nova legislação fez adiar o processo e mais alguns outros países já manifestaram o seu desagrado com alguns pontos da nova legislação. Na passada segunda-feira, os ministros dos Transportes da Alemanha, Itália, República Checa, Polónia, Portugal, Hungria e Eslováquia discutiram alterações à proposta da União Europeia para os limites de emissões da norma Euro 7.
Aquela legislação ambiental, que os países da União Europeia e os legisladores começaram a negociar este ano, previa a introdução de limites mais exigentes aos poluentes prejudiciais à saude, incluindo óxido de azoto. A União Europeia defende que os benefícios para a saúde são superiores aos custos.
Mas alguns países, como a República Checa, opõem-se às normas propostas, argumentando que são um a fardo para a indústria e dando razão ao CEO da Stellantis, Carlos Tavares, que não perde oportunidade para criticar a norma Euro 7. Curiosamente, muitos dos países que não concordam com a legislação têm uma importante indústria automóvel.
Reservas quanto ao Euro 7
Fonte da União Europeia afirmou que os ministros debateram os prazos "irrealistas" da legislação e questões relacionadas com a sua implementação.
"Os nossos esforços na área do Euro 7 é tornar as condições verdadeiramente realistas, para que possam ser atingidas", afirmou o ministro dos Transportes checo Martin Kupka, após a reunião em Estrasburgo. O governante sublinhou que os países tinham reservas relativamente ao curto prazo de adoção do Euro 7, que, caso a legislação fosse aprovada, deveria entrar em vigor em meados de 2025 para automóveis.
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A legislação prevê um período de transição de quatro anos para a legislação se tornar efetiva, juntamente com algumas alterações técnicas para dar tempo à indústria para se preparar e introduzir soluções tecnológicas.
Os países também debateram o prazo de 2035 da União Europeia para proibir a venda de carros com emissões de dióxido de carbono. A Alemanha, apoiada pela Itália e a República Checa, quer garantias claras de que os carros com motor de combustão possam ser vendidos depois de 2035, desde que utilizem combustíveis neutros em dióxido de carbono, como combustíveis sintéticos.