Líder da Toyota vê fusão Honda-Nissan como “entusiasmante”

Numa altura em que a possível fusão entre Honda e Nissan continua na ordem do dia, o presidente da rival Toyota Motor Corporation, Akio Toyoda, comentou, pela primeira vez, a possibilidade, que descreveu como “entusiasmante”. Ainda assim, compreende que a companhia que lidera tenha sido deixada de fora.

Falando aos jornalistas na edição deste ano do Consumers Electronic Show (CES) de Las Vegas, EUA, o Presidente da Toyota Motor Corporation começou por garantir que a Nissan “não abordou a Toyota sobre quaisquer fusões”.

No entanto e para Akio Toyoda, na base dessa decisão, terá estado, não a rivalidade entre dois fabricantes que já tiveram dimensões e peso muito idênticos, mas sim as leis anti-monópolio em vigor no Japão.

“Mesmo que [os responsáveis da Nissan] tivessem considerado essa possibilidade, terão, certamente, decidido não o fazer, por ser uma violação das leis anti-monopólio”, defendeu.

Quanto à opção por uma união entre Honda e Nissan, o neto do fundador do hoje em dia maior construtor automóvel mundial começou por brincar com o assunto, afirmando que, “se soubesse que tal ia acontecer, acho que neste momento já estava rico, com alguns investimentos”. Embora e já mais a sério, também considere que se trata de “um futuro incerto”, em que “ainda não sabemos o que vai acontecer”, sendo certo que esta “é uma era bastante interessante e desafiante, para se estar na gestão”.

“Natureza da própria competição está a mudar”

Entretanto e numa altura em que a Toyota parece estar, ela própria, a estreitar laços com alguns concorrentes mais pequenos, como é o caso da Mazda, da Suzuki e da Subaru, Toyoda garante que o objectivo já não passa por disputar percentagens naquele que era, até há bem pouco, o mercado automóvel mundial, mas, sim, promover uma transformação total da própria empresa.

“Falando na perspectiva da Toyota, aquilo que posso dizer é que, antigamente, estaríamos, muito provavelmente, a olhar para o mercado e a competir com os restantes construtores automóveis, apontando como objectivo aumentar os volumes. Hoje em dia, contudo, esta mesma competição, a natureza da própria competição, está a mudar”, afirmou.

Especificamente sobre a (possível) fusão entre a Nissan e a Honda, Toyoda garante que, “para mim, é muito entusiasmante e estou ansioso para ver como vão cooperar entre si e como vão desenvolver produtos mais competitivos”.

“Se esse tipo de produtos interessantes e competitivos surgir, penso que será uma coisa boa para a concorrência, não só no Japão, mas também para o mundo”, defendeu.