Soma de emissões pode trazer milhões para a Tesla

A Tesla poderá ser a peça chave para os fabricantes de automóveis tradicionais que estejam em risco de não conseguir cumprir as novas metas de emissões da União Europeia. Como? Através da contabilização das emissões em conjunto.

Um grupo de fabricantes de automóveis quer responder às novas metas de emissões fixadas pela União Europeia (UE), somando as suas emissões às da Tesla, avança o Carscoops.

A publicação dá conta de documentos divulgados pela Comissão Europeia onde é afirmado que construtores automóveis como a Toyota, a Ford, a Mazda, a Stellantis, a Subaru e até a chinesa Leapmotor pretendem que as suas emissões sejam contabilizadas como parte de um conjunto alargado de marcas, na qual também se insere a Tesla.

Com esta solução, diversos fabricantes poderão ficar abaixo dos limites máximos fixados pela UE, enquanto a elétrica Tesla poderá embolsar mais de mil milhões de euros com o assumir das emissões dos restantes, embolsando milhões por isso, referem estimativas de analistas do grupo UBS, em declarações à Bloomberg.

O que está em causa

A iniciativa centra-se na venda de créditos de emissões, uma prática permitida pela legislação europeia. Um construtor que esteja em risco de incumprimento poderá comprar créditos a outro que não esteja e as emissões de ambos serão calculadas em conjunto.

A Tesla, fabricante e comercializadora de automóveis exclusivamente elétricos, não está em risco de incumprimento, tendo, pelo contrário, uma quantidade considerável de créditos de emissões que não irá utilizar. Com os quais poderá, assim, ganhar muito dinheiro, vendendo-os.

De acordo com a Reuters, cerca de 3% dos quase 70 mil milhões de euros de receitas da Tesla nos primeiros nove meses de 2024 resultou da venda de créditos de carbono. Tudo indica que a história poderá repetir-se.

Não são os únicos

Em 2024, as emissões do grupo Mercedes-Benz estavam 17,3 g acima do  limite para esse ano. Situação que colocava o construtor em risco de pagar mil milhões de euros em multas, avança o Carscoops.

Em 2025, Mercedes e a Smart vão juntar-se à Volvo e à Polestar, duas marcas com uma forte implementação de propostas elétricas na sua gama, o que, para o grupo alemão, poderá sair menos dispendioso.

As quatro empresas têm, em conjunto, uma quota de mercado de 8% e, no caso dos EV, uma presença bem mais substancial, de 20%.

Outros fabricantes automóveis ainda não anunciaram ou confirmaram qualquer união, como forma de evitar a ultrapassagem dos limites em termos de emissões, para este ano.

Contudo, as metas anti-poluição da UE para o próximo ano já estão a ter consequências.

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