Número de acidentes, mortos e multas de trânsito aumentou no primeiro trimestre deste ano face a período homólogo, revela o relatório de sinistralidade e fiscalização da ANSR.
O número de acidentes rodoviários aumentou no primeiro trimestre de 2023 em comparação com período do ano anterior, de que resultaram mais vítimas mortais, mais feridos graves e mais feridos ligeiros, segundo referem os dados do Relatório de Sinistralidade e Fiscalização da ANSR - Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária relativo a período compreendido entre janeiro de março do corrente ano.
As estatísticas indicam que ocorreram 7585 acidentes com vítimas no continente, dos quais resultaram 101 vítimas mortais, 493 feridos graves e 8828 feridos ligeiros. De acordo com o relatório registaram-se aumentos em todos os principais indicadores relativamente a período homólogo de 2022, tendo-se verificado mais 813 acidentes (+12%), mais duas vítimas mortais (+2,0%), mais 21 feridos graves (4.4%) e mais 1003 feridos ligeiros (+12,8%).
O relatório da ANSR esclarece que no primeiro trimestre deste ano se verificou um aumento da da circulação rodoviária com o correspondente acréscimo no risco de acidente relativamente a período homólogo de 2022.
Nos primeiros meses de 2023 verificou-se um crescimento de 9,2% no consumo de combustível rodoviário, segundo com dados da Direção-Geral de Energia e Geologia, e de 12,3% do tráfego médio diário da rede de auto estradas da APCAP - Associação Portuguesa das Sociedades Concessionárias de Autoestradas ou Pontes com Portagens.
Ligeiros representam maioria
O relatório da ANSR indica que a colisão foi a natureza de acidente mais frequente (53,3% do total), com 30,7% das vítimas mortais e 46,0% dos feridos graves. Os despistes, que representaram 31,1% do total de acidentes, corresponderam à principal natureza de acidente na origem das vítimas mortais (47,5%).
Mais de metade (54) do número de vímas mortais registou-se na sequência de acidentes ocorridos fora das localidades, com um decréscimo de 14,3% e de 11,5% face a igual período de 2019 e de 2022, respetivamente. Contudo, estes acidentes representam apenas 21,3% do total.
Quanto à categoria de veículo interveniente, os ligeiros corresponderam a 73,4% do total, um aumento de 11,2% relativamente a 2022, sendo ainda de referir as subidas verificadas nos motociclos (+17,9%) e nos velocípedes (+15,7%). De realçar que os ciclomotores e os veículos agrícolas envolvidos em acidentes reduziram 34% e 26,5% face a igual período de 2019.
200 mil multas por excesso de velocidade
As multas de trânsito tiveram um aumento de 22,5% no primeiro trimestre de 2022 face a período homólogo do ano passado, tendo sido registadas 306,7 mil infrações. Relativamente à tipologia, 65,1% do total registado entre janeiro e março de 2023 foi referente a excesso de velocidade (+57,9%).
A ANSR refere que se verificaram-se aumentos em todas as tipologias de infrações, destacando-se ainda as relativas ao sistema de retenção para crianças (+43,1%), à ausência de seguro (+28,2%) e à falta de cinto de segurança (+26,7%).
O relatório indica que, entre janeiro e março, foram multados quase 200.000 condutores por excesso de velocidade, 17.305 por falta de inspeção periódica obrigatória e cerca de 9000 por excesso de álcool.
A criminalidade rodoviária, medida em número total de detenções, aumentou 12,1% por comparação com 2022, atingindo 9,5 mil condutores. Do total, 53,0% deveu-se à condução sob o efeito do álcool (+11,0%), seguindo-se 37,2% por falta de habilitação legal para conduzir (+24,3%).