Acesso ao mercado livre pós-Brexit considerado fulcral

Já é pública a posição de várias marcas relativamente às negociações para a saída dos britânicos da União Europeia, e todos consideram essencial garantir o acesso sem restrições ao mercado europeu. Foi hoje recebida em Bruxelas a carta da Primeira-Ministra Teresa May, do Reino Unido, a invocar o Artigo 50 do Tratado de Lisboa, o que significa o início do processo da saída deste país da União Europeia. Isto significa também o arranque das intensas e prolongadas negociações sobre a forma como será feita esta ruptura, e diversos fabricantes automóveis que produzem em solo britânico já tomaram uma posição sobre o tema. Todos eles consideram ser fulcral o acesso ao mercado único europeu isento de taxas aduaneiras, a que se juntam ainda preocupações sobre a livre circulação de pessoas que possa permitir a contratação de staff especializado. Além disso, também já houve quem fizesse contas aos prejuízos que um mau acordo do Brexit pode significar. A Ford Europa, através do seu Presidente, Jim Farley, considera que "qualquer acordo deve incluir o acesso garantido ao mercado livre europeu, com todos os membros da União Aduaneira (Customs Union) e não apenas os 27 países da União, enquanto se retém o acesso aos melhores talentos e mercadorias. É também essencial que exista um período de transição que assegure que os consumidores não são penalizados e se mantem a liberdade de circulação de mercadorias". Também a BMW reagiu, e comunicou que "como grande investidor e empregador no Reino Unido, o Grupo BMW está convicto de que o governo deve ter em atenção a preocupação com os negócios internacionais. Não apenas o acesso livre ao mercado mas também as oportunidades de emprego além-fronteiras, e as regulações internacionais e unificadas que são um benefício comprovado para o negócio, a economia e as pessoas". De referir ainda que no início do mês os bávaros já tinham confirmado que será possível passar a produção para outras unidades da marca, como no caso da escolha ainda em curso do local para fabricar o primeiro Mini 100% elétrico. A Toyota também já tinha reagido, e considera que é fulcral manter o acesso ao mercado livre, enquanto a Nissan afirmou que a possível introdução de tarifas de 10% para automóveis como o Qashqai e entre 2,5% e 4% para os componentes teria um impacto "bastante desastroso" para os seus lucros. Fazendo as contas, o fabricante nipónico afirmou que caso sejam aplicadas após o Brexit as regras da Organização Mundial de Comércio poderá ver os seus lucros cair cerca de 500 milhões de libras, o equivalente a 576 milhões de euros.   Fonte: Automotive News Europe
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