Negócio concretiza-se dia 16. Accionistas da PSA e FCA aprovam fusão

Os accionistas da FCA e da PSA acabam de votar favoravelmente a fusão dos dois construtores automóveis, para dar origem à Stellantis

Mais um passo rumo à concretização do desejado negócio: os accionistas de referência da Fiat Chrysler Automobiles (FCA) e da PSA acabam de votar favoravelmente a fusão dos dois construtores automóveis, para dar origem àquele que será o quarto maior fabricante mundial, de nome Stellantis. Cuja operação deverá arrancar já em meados de janeiro.

Restando apenas, para a concretização formal do negócio, a disponibilização das acções da nova companhia, nas bolsas de Paris, Milão e Nova Iorque, fica assim, cada vez mais perto, o nascimento da Stellantis, grupo automóvel que deterá um total de 14 marcas. E que, anunciando uma capacidade de produção anual de 8,7 milhões de viaturas, apenas será ultrapassado por Volkswagen, Toyota e Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi.

Recorde-se que, tanto a FCA, como a PSA, decidiram acelerar o processo de fusão nas últimas semanas, ao que tudo indica, também como forma de atenuar as perdas que a pandemia de COVID-19 veio impor. Até porque e segundo avançam os números mais recentes, a concretização do negócio permitirá, desde logo, uma poupança anual na ordem dos cinco mil milhões de dólares, ou seja, pouco mais de quatro mil milhões de euros.

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No entanto e para que isto possa tornar-se uma realidade, era preciso que os accionistas de ambos os grupos subscrevem-se, na reunião há muito agendada para dia 4 de janeiro de 2021, a fusão. O que, recorde-se, acaba de acontecer, permitindo à FCA lançar um comunicado, em que o grupo ítalo-americano afirma esperar que o negócio possa ser finalizado no próximo dia 16 de janeiro. Com as acções da Stellantis a chegarem aos mercados dois dias depois, mais precisamente, no dia 18 de janeiro.

Fusão... ou aquisição?

Quanto às marcas que vão passar a fazer parte do portfólio do novo construtor, fala-se na possibilidade de alguns emblemas até aqui na posse da FCA, poderem vir a ser descartados. Como é o caso, por exemplo, da Chrysler, cuja oferta, hoje em dia, se baseia em apenas três modelos: os monovolumes pacifica e Voyager, além da berlina 300.

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Já da parte da PSA, tudo promete ficar igual, até porque e ao contrário daquilo que é a designação oficial, este é um negócio em que, mais do que uma fusão, trata-se de uma aquisição da FCA, por parte do grupo francês.

A justificar tal ideia, a estrutura já conhecida do negócio e que prevê uma supremacia da PSA no número de membros designados (11) para o Conselho de Administração do novo grupo, sendo também seu, o primeiro CEO da Stellantis - nada mais, nada menos, que o português Carlos Tavares. Sendo que, o até aqui CEO da FCA, o norte-americano Mike Manley, ficará responsável pelas operações do novo construtor automóvel, nos EUA.

Carlos Tavares PSA Mike Manley FCA
Carlos Tavares e Mike Manley, os rostos da anunciada fusão

A par desta estrutura hierárquica, referência para a partilha de plataformas entre as várias marcas, decorrente da chamada fusão, e que permitirá uma poupança significativa, no capítulo da Pesquisa e Desenvolvimento.

Igualmente a contribuir para a redução de custos, uma maior capacidade, para todas as marcas, no domínio das compras a fornecedores externos, por exemplo, em áreas como as tecnologias híbridas e elétricas. Algo em que, tanto a FCA, como a PSA, se têm esforçado por conquistar terreno...