Abarth F595

Abarth F595. Fórmula Abarth

Com uma já longa história ligada à competição, a Abarth celebra o 50.º aniversário do campeonato monomarca que promove em Itália, o Abarth Formula Italia, com nova edição especial do 595: o Abarth F595 Cabrio. Para desfrutar, dentro e fora de pista.

Fundada em 1949 pelo ítalo-austríaco Carlo Abarth, a preparadora com o mesmo nome do seu fundador há muito que mantém uma ligação quase umbilical ao grupo FIAT. Preparando e transformando modelos do fabricante de Turim, em verdadeiros e genuínos desportivos.

É, de resto, com base nessa experiência acumulada ao longo de mais de 70 anos que a Abarth dá agora a conhecer, por ocasião dos 50 anos do campeonato monomarca - Abarth Formula Italia - que promove em Itália, uma nova edição, especial e limitada, destinada a celebrar a data: o Abarth F595. E que, mantendo intocados os famosos genes provenientes da competição, acrescenta uma estética particular, personalizada, mas não menos empolgante.

[caption id="attachment_162121" align="alignnone" width="1500"] Foto: Turbo[/caption]

Aliás e mesmo com as dimensões compactas que caracterizam a proposta que lhe está na base, é caso para dizer que este F595 não passa despercebido. Desde logo, fruto do kit estético exterior composto por capas dos retrovisores e inserções no pára-choques a vermelho, e a que se juntam, ainda, umas personalizadas jantes em liga leve de 17" em preto mate, acompanhadas de discos de travão 284x22 autoventilados e perfurados, além de com pinças também na cor vermelha.

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Isto, com a cereja no topo do bolo a ser, contudo, o novo sistema de escape Record Monza Sovrapposto, que, com as suas quatro pequenas ponteiras metalizadas dispostas 2+2 na vertical, marcam não apenas a estética, como a própria condução!

INTERIOR

Passando ao habitáculo, um ambiente construído, claramente, em prol do condutor e da condução, sem grandes preocupações com artifícios estéticos ou plásticos, mas, sim, com as sensações desportivas sentidas a bordo.

[caption id="attachment_162122" align="alignnone" width="1500"] Foto: Turbo[/caption]

Esforço bem patente, de resto, em aspectos a pedaleira e apoio de pé em metal com superfície antiderrapante e emblema do escorpião gravado; no manómetro independente do turbo; no volante de excelente pega; mas também num banco de concepção desportiva, com bons apoios laterais e regulações manuais. E que só não consegue oferecer uma posição de condução que podia ser um tudo-nada mais baixa, sem que tal significasse beliscar o óptimo acesso a comandos.

De resto e num ambiente em que a afirmação desta série especial não vai além do logótipo 'Black Tar 500' na frontal do tablier e do revestimento da consola em Matt Black, mantêm-se os maus espaços de arrumação, o difícil acesso e fraca habitabilidade nos bancos traseiros, além do acesso apertado e pouca capacidade (185 litros) da bagageira. Embora, reconheça-se, tudo isto acabe relativizado a partir do momento em que e no caso específico da versão Cabrio que tivemos oportunidade de ensaiar - o F595 também está disponível na carroçaria berlina -, pressionamos o botão no topo do pára-brisas que faz recuar a capota de lona até junto da tampa da mala, deixando-nos de cabelos ao vento...

[caption id="attachment_162123" align="alignnone" width="1500"] Foto: Turbo[/caption]

Única exigência: a velocidade não deverá acima dos 100 km/h e, para um total destapar do habitáculo, a necessidade de dar, não um, mas dois toques. No entanto, o que é isso, face à luminosidade e aquecimento que, mesmo nestes dias mais frios, tal solução proporciona?...

MECÂNICA

Contudo e até por se tratar de um pequeno pocket rocket, bem mais importante do que a capota, é aquilo que está debaixo do capot dianteiro. E que, neste caso, se resume a um já conhecido quatro cilindros T-JET a gasolina com 1.368 cc e que, graças também à inclusão de um turbocompressor Garret e de um filtro BMC de alto rendimento, consegue anunciar uma potência máxima de 165 cv às 5.500 rpm, assim como um binário de 230 Nm, às 3.000 rpm.

[caption id="attachment_162124" align="alignnone" width="1500"] Foto: Turbo[/caption]

De resto e marcado por uma evolução progressiva, mas enérgica, até às 7.000 rpm, à qual não falta sequer uma sonoridade viciante emitida pelo escape ativo Dual Mode Record Monza Sovrapposto, o Abarth F595 consegue acelerar dos 0 aos 100 km/h em qualquer coisa como 7,3 segundos, só terminando a progressão do ponteiro de velocidade aos 218 km/h. Tudo isto, com a ajuda de uma caixa manual de apenas 5 velocidades, na qual só sentimos falta de um pouco mais de feeling. Ou e já agora, uma engrenagem um tudo-nada mais curta...

Aliás e já que estamos na fase dos lamentos, oportunidade para apontar o dedo, também e como não poderia deixar de ser, aos consumos. Os quais já seriam altos, caso se tivessem confirmado os 6,9 l/100 km de média anunciada pela Abarth, mas que acabaram mostrando-se ainda mais elevados, após termos entregue o piccolo Abarth com o registo de 8,2 l/100 km de média, no registo do consumo.

[caption id="attachment_162125" align="alignnone" width="1500"] Foto: Turbo[/caption] TECNOLOGIA

Proposta genuinamente desportiva e visceralmente concebida para a condução, o Abarth F595 acaba expressando, esse mesmo posicionamento, no domínio da tecnologia. E, isto, mesmo sem abdicar de soluções como o painel de instrumentos 100% digital e com layout específico consoante o modo de condução seleccionado, e um ecrã central táctil a cores, parte do sistema de informação e entretenimento Uconnect com serviços de telemetria, USB, Bluetooth, conexão Apple CarPlay/Android Auto, mas com apenas 7". Além de excessivamente na horizontal - recolhida a capota, piora a visibilidade, devido ao embate da luz solar.

Mais do que isto e ainda no capítulo do conforto, comandos multimédia no volante, ar condicionado manual e sensores de estacionamento traseiro. Sendo que, a partir daí, "tecnologias", só mesmo as direccionadas para a condução, como é o caso de soluções técnicas como o sistema de travagem com discos perfurados ou da suspensão traseira de eixo de torção, com barra anti-oscilação e amortecedores KONI com válvula FSD, sinónimo de amortecimento selectivo de frequência...

[caption id="attachment_162126" align="alignnone" width="1500"] Foto: Turbo[/caption] AO VOLANTE

Aliás e se opções como as atrás descritas, poderão causar alguma estranheza pela sua qualificação como "tecnologia", já o mesmo não acontecerá ao serem englobadas no domínio da condução. Desde logo, devido ao contributo para uma experiência ao volante envolvente e desafiante, que nos faz desejar ir sempre um pouco mais além, como, aliás, acontece - e bem! - neste Abarth F595...

Mesmo com uma posição de condução que podia, efectivamente, ser um pouco mais baixa, a verdade é que não ficam dúvidas, quer quanto à eficácia, quer quanto às sensações genuinamente desportivas de uma proposta que, mercê, também, dos bons pneus Pirelli PZero Nero 205/40 ZR 17, trava de forma tão eficaz e segura, quando acelera. Recuperando, a partir daí, a emoção e a adrenalina que rapidamente disparam, em particular, quando por trajectos mais sinuosos.

[caption id="attachment_162127" align="alignnone" width="1500"] Foto: Turbo[/caption]

Afinal, doseado de forma correcta o acelerador e aproveitado o peso razoável da direcção, assim como uma relação peso-potência de 6,5 kg/cv, nem mesmo as naturais aberturas de trajectória que irrompem com o passar dos limites, conseguem fazer com que este F595 se mostre menos estável ou seguro na condução.

No entanto e se aquilo que se procura é ainda mais nervo e sonoridade, então, a solução é pressionar o botão, com um escorpião desenhado, em plena consola central. Para, a partir daí, toda e qualquer passagem de caixa, levantar do pé do acelerador ou até mesmo aceleração a fundo, ser brindada com reacção sonora da parte do propulsor. E, ao mesmo tempo que o arrebatamento garantido pelo turbocompressor Garret, mostra correspondência no mostrador independente ali colocado para o efeito.

Em suma: um mimo!...

[caption id="attachment_162129" align="alignnone" width="1500"] Foto: Turbo[/caption] VEREDICTO

Pequeno no tamanho, mas grande nas emoções que proporciona, o novo Abarth F595 é, no fundo, mais um excelente exemplo daquilo que o famoso preparador italiano tão bem sabe fazer: pequenos desportivos fortemente impregnados do sabor a competição, que, mais do que automóveis para o dia-a-dia, são óptimos "brinquedos" para horas e horas de divertimento ao volante!

No caso deste F595, é certo que não é barato, é guloso, pouco funcional e versátil... mas o que é que interessa isso, a partir do momento em que decidimos "inscrever-nos" na Fórmula Abarth?...

 

Gostámos Gostámos

Comportamento

Inspirado, também tecnicamente, nos carros que disputam o troféu monomarca da Abarth em Itália, o F595 é o tipo de pequeno desportivo com o qual é preciso cuidado. Isto porque, uma vez que nos sentamos ao volante, o mais difícil é conseguir deixar!...

Motor

Pequenino mas cheio de alma e garra, a que acresce, depois, uma série de componentes técnicos particularmente importantes, o 1.4 T-JET do F595 é um dos grandes culpados pelo vício que o modelo incute em quem o conduz.

Sistema da capota retráctil

Num mercado em que são raros os descapotáveis que não obriguem a entrar em passo de tartaruga, para poder accionar capota, o sistema de Abarth 595C F595 é uma descontracção, além de uma facilidade no operar, sem dúvida, elogiável.

Não Gostámos Não Gostámos

Preço/Consumos

Pequeno, não somente por fora, como também por dentro, o F595 tem preço e apetite de gente grande, podendo, mesmo, assustar, no momento de fazer contas.

Lugares traseiros

Característica importada do modelo que lhe está na base, este Abarth F595 é, a exemplo dos restantes irmãos, proposta pouco receptiva a convívios familiares no seu interior. E, ainda menos, naqueles momentos de diversão!

Bagageira

Dono de uma habitabilidade que se resume a pouco mais do que os lugares da frente, o F595 transporta essa característica para a bagageira, de acesso apertado e pouca capacidade. E a culpa nem sequer pode ser assacada à capota de lona...

  Abarth 595C F595 Preço 33.281 € (31.782 € com campanha) Motor Gasolina, 4 cil. em linha, 1.368 cc, com turbocompressor Garret Potência 165 cv (121 kW) às 5500 rpm Binário 230 Nm às 3000 rpm (modo Sport) Transmissão Dianteira, Manual, 5 vel. Peso 1.160 kg Comp./Larg./Alt. 3,66/1,62/1,49 m Dist. entre eixos 2,30 m Mala 185 l Desempenho 7,3s 0-100 km/h; 218 km/h Vel. Máx. Consumo 6,9 (8,2*) l/100 km Emissões CO2 156 g/Km * Medições Turbo Equipamento Série: Jantes em liga leve Sport 17'' Matt Black, faróis de nevoeiro, Escape Record Monza Sovrapposto, discos de travagem perfurados com pinças de cor vermelha, amortecedores traseiros Koni Shocks com válvula FSD (Frequency Selective Damping), painel de instrumentos digital de 7" e configurável, consola central em Matt Black, Rádio tátil 7" Uconnect com serviços de Telemetria, Apple Carplay e Android Auto, ar condicionado manual, banco do condutor regulável em altura, banco posterior rebatível 50/50, sensores de estacionamento traseiro.