Mais do que uma viatura de imagem, o Audi A7 Sportback 40 TDI é um executivo confortável e funcional. O diesel de 204 cv que move a versão de acesso é a escolha acertada.
Porque nem todos os coupés têm de ter apenas três portas e nem todas as berlinas executivas têm de ter um terceiro volume bem marcado e proeminente, o Audi A7 Sportback 40 TDI é a opção de quem procura um veículo de imagem diferente.
Com perto de cinco metros de comprimento, tem o porte digno de um executivo, sem os formalismos das carroçarias convencionais. O segredo está no tejadilho, que se prolonga numa suave curva desde a zona do pilar B até ao extremo do portão traseiro.
A silhueta esguia, onde as linhas fluem da g relha dianteira para os farolins traseiros sem interrupções, cria a ilusão do coupé, opção de estilo reforçada por quatro portas sem moldura. Uma afirmação de individualidade conseguida à custa de algumas concessões na funcionalidade.
Condicionado pelo tejadilho descendente, o acesso aos lugares traseiros obriga os adultos a cuidados redobrados para evitar cabeçadas.
O interior também não é tão desafogado como seria de esperar de uma berlina com 2,93 metros de distância entre eixos. O espaço para as pernas é apenas correto e a altura e visibilidade lateral são limitadas.
Perfil alongado
Mais atrás, o desenho alongado do A7 Sportback 40 TDI cria nova ilusão de ótica. Sendo espaçosa, 535 litros é um valor respeitável, a bagageira não é tão grande quanto parece. É comprida, não é fácil apanhar um objeto solto que tenha deslizado para perto das costas dos bancos, e baixa.
Ideal para transportar objetos longos, que se podem esticar para a zona do habitáculo graças ao rebatimento assimétrico 60:40 das costas da fila posterior.
Múltiplas regulações do banco e volante facilitam o ajuste da posição de condução para condutores de todas as estaturas.
Porque a visibilidade traseira nunca será brilhante, a Audi oferece a câmara de estacionamento. Esta função é uma das muitas apresentadas no maior dos dois ecrãs da consola central.
Ambos comandados com a ponta do dedo, o superior controla as funções de entretenimento, comunicação e navegação, enquanto o inferior se encarrega da climatização. Pode também apresentar atalhos para funções do ecrã principal.
Um terceiro ecrã faz as vezes do painel de instrumentos. Totalmente personalizável, segue a lógica menus do Audi Virtual cockpit.
Conforto acima de tudo
O conforto é o traço de caráter mais forte desta berlina, que se apresenta despachada sem ser desportiva. Solícito em toda a faixa de utilização, o motor guarda as notas mais ásperas, caraterísticas da mecânica diesel, para as manhãs frias e os regimes elevados.
Em condução normal, mal se faz notar, caraterística ampliada pela qualidade elevada do isolamento, que convida a abusar do cruise control para evitar dissabores…
Há quatro patamares de resposta para motor, caixa, direção e suspensão, correspondentes a outros tantos programas de condução. Experimentámo-los todos, mais o Individual, que permite baralhar os outros ao gosto do condutor, para concluir que o melhor é deixar em Auto e não pensar mais no assunto. É o mais equilibrado e ajustado ao estilo do A7 Sportback 40 TDI.
No final do ensaio ficou claro que, por muito eficientes que o motor e a caixa automática de sete velocidades sejam, não há como disfarçar os 1775 kg. Em estrada ainda passa, com a média a não ir além dos 4,1 l/100 km, mas em cidade os números disparam para os 8,3 l/100 km.
A média ponderada situa-se nos 6,7 l/100 km, 50% acima dos 4,5 l/100 km oficiais. Nada que o conforto não coloque em plano secundário.
Distinto na imagem e inatacável na qualidade dos materiais, o Audi A7 Sportback 40 TDI é um executivo de excelência. O maior inconveniente é a acessibilidade traseira que, na realidade, só o é para quem for conduzido. Quem conduzir, vai adorar o Audi A7 Sportback.