Carlos Tavares deixa de ser CEO da Stellantis em 2026

Face às críticas ferozes dos concessionários norte-americanos e à pressão do retalho europeu, a Stellantis confirmou que o seu atual CEO Carlos Tavares, irá deixar o cargo quando o seu contrato terminar no início de 2026.

Os fracos resultados financeiros da Stellantis estiveram na origem de uma forte polémica, mas não só, já que o presidente da poderosa organização sindical norte-americana United Auto Workers (UAW), Shawn Fain, acusou o português de estar a fazer um mau trabalho à frente deste gigante automóvel.

O presidente da Stellantis, John Elkann, confirmou no mês passado que tinha dado início à procura de um sucessor de Carlos Tavares, mas afirmou que o português poderia ficar mais tempo e prolongar o contrato.

Porém, a situação conheceu uma clara evolução. O Conselho de Administração parece ter solidificado a sua posição e decidiu que Carlos Tavares deve abandonar o cargo no final do seu contrato. Esta decisão acabou com a especulação acerca de uma possível extensão do contrato e sinaliza que está no horizonte uma grande mudança na liderança.

Carlos Tavares tornou-se CEO do Groupe PSA em 2014 e desempenhou um papel decisivo na fusão entre a PSA e a Fiat Chrysler Automobiles, operação essa que resultou na criação da Stellantis. No ano passado ganhou cerca de 36 milhões de euros, que é cerca de 518 vezes o ordenado médio de um funcionário da Stellantis.

Mudanças na liderança

A Stellantis confirmou que Carlos Tavares irá ser substituído quando terminar o contrato num comunicado de imprensa que anuncia mudanças na organização de gestão. Assim, o  CEO da marca Jeep Antonio Filosa passa a acumular aquele cargo com o de Chief Operating Officer para a América do Norte.

O CEO da Stellantis Pro One, Jean-Philippe Imparato, também vai acumular aquela função com a de Chief Operating Officer da Europa Alargada,, sucedendo a Uwe Hochgeschurtz, que deixará a empresa. 

O Chief Operating Officer da Stellantis China Doug Ostermann foi nomeado Chief Financial Officer sucedendo a Natalie Knight, que deixará a empresa. O CEO da Maserati Davide Grasso foi substituído por Santo Ficili que acumular este cargo com o de CEO da Alfa Romeo.

Ao comentar estas mudanças, Carlos Tavares afirmou que “durante este período darwiniano para a indústria automóvel, o nosso dever e responsabilidade ética é adaptarmo-nos e prepararmo-nos para o futuro, melhor e mais rapidamente do que os nossos concorrentes, para proporcionar uma mobilidade limpa, segura e acessível”.

“Os membros recém-nomeados da equipa de liderança darão o seu valioso contributo para a determinação da nossa equipa global em enfrentar os desafios que se avizinham, reforçando e acelerando a nossa transformação para nos tornarmos a empresa de tecnologia da mobilidade preferida. Quero agradecer a todos os que contribuíram para lançar as bases do sucesso futuro da Stellantis,” acrescentou o português.