Qualquer grande revolução tem um líder. No caso da Audi (e no universo do Grupo VW) há um nome incontornável: Ferdinand Piech. Membro do ramo austríaco da família Porsche, técnico experiente e apaixonado, acreditou no potencial da tração total permanente desenvolvida para o Iltis, pensado para o exército germânico, que veio a ganhar o “Dakar” em 1980. Esta história começou em Muonio, na Finlândia, a 150 km a norte do Círculo Polar, a base de Inverno do Grupo VW. Ali, um grupo de engenheiros validou o potencial do Iltis 4x4, em condições extremas. Entre eles estava Jörg Bensinger, responsável pelo desenvolvimento dos eixos de rodagem, que ficou extremamente entusiasmado com o comportamento do Iltis nas estradas cobertas de neve e gelo.
Nos anos anteriores já tinham surgido algumas tentativas para a realização de um automóvel com tração total permanente, mas nenhum dos projetos que foram surgindo por parte de diversos fabricantes tinha ultrapassado as dificuldades técnicas que a ideia comportava e o handicap do peso.
O entusiasmo de Bensinger cativou Ferdinand Piech, o então responsável pelo setor de Desenvolvimento Técnico da Audi. Por isso, ainda em 1977, um grupo de engenheiros foi reunido para avançar com o desenvolvimento da tração total permanente e surgiu uma “task force” que fez avançar a ideia: Bensinger, o mentor; Walter Treser, que assumiu a responsabilidade do projeto; e Ferdinand Piech, que o apoiou.