Embora sem o mais desejado. Tesla Cybertruck mostra-se em Portugal

Modelo que mais tem contribuído para colocar a Tesla nas bocas do mundo, a Cybertruck veio a Portugal... e a TURBO foi conhecê-la.

Modelo que, nos últimos tempos, mais tem contribuído para colocar a Tesla nas bocas do mundo, a Cybertruck já está em Portugal. Ou melhor, está de passagem pelo nosso País, tendo a TURBO já tido oportunidade de com ela "conversar". Ainda que, reconhecemo-lo, não tendo sido possível obter as novidades que os fãs portugueses da marca americana mais gostariam, certamente, de ter…

De resto e para que não fiquem dúvidas, dizemo-lo já e de forma clara e explícita: apesar desta passagem por Portugal, assim como vários outros mercados europeus, a Tesla mantém e assume a decisão de não comercializar a sua famosa Cybertruck no Velho Continente. 

https://youtu.be/WQM56IwUmOM

Quanto às razões para esta decisão, decorrem dos argumentos que a TURBO já teve oportunidade de aqui enumerar e que têm a ver com questões estruturais (da pickup) e de legislação (europeia). A começar, numa carroçaria construída em aço inoxidável com 0,071 polegadas de espessura e que, devido à impossibilidade de poder ser moldado, por ser demasiado rijo, apresenta arestas particularmente "afiadas", colidindo com as exigências, em termos de segurança (por exemplo, relativamente a peões), impostas pelos regulamentos europeus. Falha que, nem mesmo o anúncio de ser um material resistente a balas, terá chegado para sensibilizar os reguladores…

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De resto e observada ao vivo, apetece dizer que só a imponência transmitida pelos mais de 5,6 metros de comprimento e 2,4 m de largura (já com espelhos surpreendentemente tradicionais), chega e sobra para nos deixar a pensar como seria ver um "bicho" deste, nas estradas portuguesas! Ainda para mim e caso fosse de noite, exibindo uma iluminação exterior que a faz parecer uma espécie de nave alienígena, com os quase 1,8 m de altura a tornarem-se ainda mais assustadores a partir do momento em que a imaginássemos a vir embalada, com as suas cerca de três toneladas de peso e, principalmente, no máximo dos 30 mm que a suspensão pneumática adaptativa consegue proporcionar (43,2 cm é o máximo de de altura ao solo), emitindo o barulho arrastado provocado pelos não menos imponentes pneus off road Goodyear, de medidas 285/65 R20…

Um mundo de espaço

De regresso, novamente, à realidade, a percepção da presença, também, de muitas das soluções high-tech já conhecidas de outros Tesla, como é o caso do sistema de destrancamento do habitáculo através do encostar do cartão da marca ao pilar B, com a Cybertruck a acrescentar, enquanto solução própria e já na parte superior da lateral esquerda da caixa de carga, uma pequena consola com três botões. Cuja finalidade é não só recolher eletricamente a cortina articulada e impermeável que reveste o espaço e que a Tesla diz ser capaz de suportar cargas até 136 kg, como abrir, também eletricamente, o portão traseiro. O qual, no entanto e algo surpreendentemente, já não fecha da mesma forma, mas apenas manualmente.

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E se, neste espaço de carga, os mais de 1.700 litros fazem crer que será possível acomodar aí tudo o que desejarmos, graças também à funcionalidade assegurada com a presença de duas barras de luz LED ao longo das laterais ou, ainda, da energia fornecida pelas tomadas de 120V e 240V e que, graças à solução Powershare, pode ser utilizada até mesmo no carregamento de veículos e sistemas domésticos, é preciso não esquecer que, à frente, sob o capot dianteiro (elétrico), temos a famosa 'frunk' - uma segunda bagageira, a garantir mais 200 litros de arrumação. Ainda que, neste caso, tenhamos ficado com a impressão de que, acomodar objectos menos rígidos, neste espaço, pode tornar-se um tudo-nada mais complicado, no momento de fechar…

Chegado o momento de aceder ao habitáculo, a confirmação de um acesso amplo, através de portas pesadas, sem moldura, mas com o já famoso vidro à prova de bolas de basebol (mas não de ferro, como já ficou demonstrado), a um espaço esteticamente minimalista, a que a Tesla dá o nome de linguagem Cyberpunk, e que, marcado por uma iluminação LED personalizável e complementada com um tecto panorâmico em vidro (que prescinde de cortina, uma vez que consegue aclarar/escurecer consoante a luminosidade exterior), afirma, também ele, uma enorme habitabilidade. Em que, por exemplo, os bancos traseiros, aptos para receber três adultos, permitem, não só e em conjunto com o piso totalmente plano, o esticar de pernas a todos os ocupantes, como e já com os assentos rebatidos contra as costas, oferecer mais 1.533 l de um piso plano, onde dois cães grandes podem viajar confortavelmente deitados. Aos quais, acrescente-se, só preciso ensinar a não tocar (ou lamber!) no ecrã táctil de 9,4" virado para trás!

A generosa frunk. Foto: Turbo
A generosa frunk. Foto: Turbo

Tesla, sem sombra de dúvida!…

Sentado à frente, no lugar do condutor, uma concepção de tablier idêntica à dos restantes modelos Tesla, observado a partir de uma posição de condução expectavelmente alta, confortável, mas também com não muita visibilidade em redor. E em que o primeiro momento de curiosidade acabou sendo um volante diferente de tudo aquilo que já conhecemos, ainda que com os mesmos botões e comandos de outros Tesla, complementado com uma direcção by-wire, ou seja, sem qualquer ligação física às rodas, ainda que as traseiras a mostrarem-se, também elas, direcionáveis.

A acompanhar esta novidade e tal como, de resto, já é apanágio em qualquer modelo Tesla, um único e generoso ecrã central de 18,5", através do qual tudo se sabe e tudo se comanda, na Cybertruck. O que, diga-se, pelo menos a nós, não nos torna grandes fãs, também por culpa de uma interface igual à dos restantes Tesla e, como tal, não muito intuitiva de utilizar. Mas, enfim, já lá diz o povo, "gostos não se discutem"…

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Já a terminar e porque estava definido desde o primeiro instante, de que este primeiro contacto não passaria de uma tranquila "conversa" estática, sem direito a viver momentos de maior emoção resultantes do aproveitamento dos cerca de 600 cv fornecidos pelos dois motores elétricos, que também asseguram uma aceleração dos 0 aos 100 km/h em 4,1 segundos e uma velocidade máxima (anunciada) de 180 km/h, vale a pena recordar que, mesmo com toda a sua imponência, peso… e tracção integral, esta Cybertruck anuncia uma das melhores autonomias do mercado, prometendo 547 km com uma só carga, ou 756 km se utilizarmos o Range Extender, uma segunda bateria que pode ser instalada na caixa de carga, mas que também podemos deixar em casa, caso acreditemos que não vamos precisar dela.

Mas, tudo isto, são já promessas que, pelo mesmo desta feita (quem sabe, um dia…), não pudemos confirmar…

As notícias possíveis

Entretanto e aproveitando a presença no evento, oportunidade, igualmente, para esclarecer alguns temas na ordem do dia, relacionados com a marca norte-americana, a começar pelo reafirmar da certeza de que pickup elétrica norte-americana manter-se-á, efectivamente, afastada da Europa. Até porque e se mais motivos não houvesse, basta recordar que, a atual produção diária, de cerca de 1.800 unidades, que sai exclusivamente da Gigafactory no Texas, não chega sequer para satisfazer as necessidades dos dois mercados onde a pickup é comercializada, EUA e Canadá, explicou à TURBO fonte oficial da marca norte-americana,

A Cybertruck vai ter uma nova versão de entrada, de tracção apenas traseira... mas e mais uma vez, apenas para a América do Norte. Foto: Turbo
A Cybertruck vai ter uma nova versão de entrada, de tracção apenas traseira... mas e mais uma vez, apenas para a América do Norte. Foto: Turbo

Entretanto e ao mesmo tempo que, na Europa, a Gigafactory de Berlim continua a produzir apenas o Model Y (Model 3 é fabricado na China, enquanto Model S e Model X são produzidos nos EUA), a certeza, igualmente, de que a caminho, mais uma vez apenas da América do Norte, estão, não somente uma nova versão de entrada e com tracção traseira da Cybertruck, embora com chegada prevista apenas para 2025, como também e, neste caso, ainda durante este ano, mais precisamente no próximo dia 8 de agosto, a apresentação do primeiro robotáxi da Tesla. O qual, dependendo de alterações na legislação europeia, também poderá vir a desembarcar, um dia, no Velho Continente.

Quanto a novos modelos, a garantia de que não há nada está, para já, previsto (ou, pelo menos, nada sobre o qual se possa falar), sendo que a mesma posição é assumida relativamente às notícias sobre a rede, também europeia, de Superchargers.

Aliás e sobre este último tema, a resposta é a já manifestada em comunicado recente, ou seja, a garantia de que o investimento previsto de 500 milhões de dólares na rede carregamento do construtor, mantém-se. Sendo que, tanto Portugal, como Espanha, estão incluídos nesse plano.